18 de Dezembro de 2000. O mundo desabava naquela casa. Uma estalada revelava a dor sentida ao deparar-se com aquela tão inesperada realidade. Aquele espelho daquele provador tinha sido o culpado de tamanha revelação. Porquê? Não conseguia entender toda aquela reviravolta, não percebia o girar do mundo de forma tão descoordenada. Era um bebé. Era um bebé que se preparava para chegar. Era um bebé que estava a causar todo o sofrimento, o desgosto, toda aquela desilusão, aquela mágoa... A menos de um mês ele ia deparar-se com uma realidade que ainda ninguém tinha aceite ou compreendido. Tinha apenas seis anos, era uma menina que tinha acabado de entrar para a escola primária. Não tinha bem a noção do que aí vinha. Não estava preparada para ganhar o título de "tia". Mas a verdade é que daqui a uns dias isso ia acontecer, mesmo sem ter pedido, ou sem estar na altura tida como ideal. Lembro-me de todas as lágrimas perdidas nesta casa, de todas as palavras de revolta, de todas as promessas sem sentido, de toda a dor que se fazia sentir em todos os olhares. Felizmente, uma onda de apoio, carinho e amizade se fez sentir e impediu que tudo se desse como perdido.
Recordo, agora, aquela madrugada fria de Janeiro. Ela estava a sofrer. Aquele ser fazia-se sentir e estava na hora de conhecer um novo mundo.
8 de Janeiro de 2001. Nasceu. Aquele menino não desejado nasceu. Era tão lindo. Tão perfeito. Era um milagre, um verdadeiro milagre! Lembro-me de sentir o calor dele nos meus braços e de ouvir dizer "Chama-se Guilherme!". Sorri. Não sei bem porquê, talvez porque era o que melhor sabia fazer no meio da inocência de criança. Os três meses seguintes foram um verdadeiro tormento. Aquele pequeno milagre tinha causado alguns distúrbios. Mas, numa tarde de Março, o Sol brilhou e tudo mudou. O menino era agora amado, desejado e querido por todos incluindo a tal pessoa que tão magoada estava.
8 de Janeiro de 2001. Nasceu. Aquele menino não desejado nasceu. Era tão lindo. Tão perfeito. Era um milagre, um verdadeiro milagre! Lembro-me de sentir o calor dele nos meus braços e de ouvir dizer "Chama-se Guilherme!". Sorri. Não sei bem porquê, talvez porque era o que melhor sabia fazer no meio da inocência de criança. Os três meses seguintes foram um verdadeiro tormento. Aquele pequeno milagre tinha causado alguns distúrbios. Mas, numa tarde de Março, o Sol brilhou e tudo mudou. O menino era agora amado, desejado e querido por todos incluindo a tal pessoa que tão magoada estava.
Cresceu, cresceu, cresceu e cresceu... Foi um menino que veio ao Mundo para que todos se orgulhassem dele. É uma dádiva de Deus, é o nosso menino.
Tenho o maior orgulho de um dia lhe ter pegado ao colo, de o ter visto dormir como um verdadeiro anjo, de lhe ter dado a mão e levado a passear. Tenho o maior orgulho em ouvi-lo chamar por mim. Temos todos o maior orgulho neste menino tão verdadeiro, tão puro, tão genuíno... Aquilo que um dia tinha sido visto como um verdadeiro tremor de terra, tornou-se na maior fonte de alegrias e orgulho.
Passou uma década e continua a iluminar os nossos dias com um sorriso que lhe é próprio.
É a minha irmã, é o meu sobrinho, é o meu cunhado. São uma família da qual sinto orgulho e sentirei sempre. Todas as pedras que lhes apareceram no caminho não os impediram de prosseguir no caminho da Vida, tendo força para as guardar e construir o castelo que hoje faz deles aquilo que são.