sábado, 7 de julho de 2012

amiga do coração

Quando eu era pequenina, conheci uma menina. Ou melhor, lembro-me de a ver cirandar nos corredores do colégio que eu frequentava. Um dia mais tarde, já durante a minha adolescência, na minha primeira aula de língua portuguesa do meu oitavo ano, vejo entrar pela porta a professora O. . Nunca me esquecerei da minha professora O. . Na verdade, a minha professora foi, também, uma amiga. Ela acreditava em mim acima de todas as outras pessoas e fez com que eu não desistisse de lutar pelos meus objetivos. A professora O. falava inúmeras vezes da sua menina, da sua A. . A A. era a tal menina que eu havia visto várias vezes pelo colégio. A certa altura, a professora O. disse-me que eu era muito parecida com a sua A. . Na altura, lembro-me de não ter compreendido o porquê de tal afirmação, mas o certo é que nunca mais me esqueci disso. No fim do ano letivo, a professora O. deixou de ser minha professora e nunca mais a voltei a encontrar, numa sala de aula. Todavia, eram muitas as vezes que nos cruzávamos no colégio sempre com um sorriso. O tempo foi passando e eu fui crescendo, bem como a A. , a filha da minha professora. Já no secundário, e graças às redes sociais, eu e a A. começámos a trocar uns deditos de conversa. Na verdade, com o passar do tempo, fui-me apercebendo de que a A. era alguém com quem podia conversar, com quem podia partilhar os meus medos sem sofrer qualquer tipo de represálias. A A. inspira-me e impõe-me persistência, força para jamais desistir. Com ela eu posso contar sempre. São raras vezes aquelas que falamos, no entanto, eu sei que ela está lá e ela sabe que eu estou aqui. Sabemos que podemos contar sempre uma com a outra e isso... isso é o mais importante. A A. tornou-se numa amiga, numa confidente. Não sabemos tudo uma da outra, sabemos o essencial, apenas. A A. é uma amiga do coração que eu tenho sempre presente. A A. tem e terá sempre um lugar no meu coração. A A. é a minha amiga, a minha amiga do coração.

 (E agora, acho que já consigo entender o que, um dia, a minha professora O. me disse.)