domingo, 30 de outubro de 2011

fail .

Todos os dias acordo com o vibrar ténue do telemóvel. Custa deixar o quentinho dos lençóis para enfrentar a brisa gélida que se faz sentir, logo pela manhã. Custa, ainda mais, dar de caras com uma realidade que magoa. Dia após dia, falho, volto a falhar e falho novamente. Falho contigo, falho comigo, falho com todos. Já nem contigo consigo ser capaz de não falhar. Talvez um dia eu consiga encontrar o verdadeiro sentido de tudo isto. És tu que me guias e ao mesmo tempo existem tantos outros caminhos que me tentam desviar para o abismo. Sinto-me a cair a cada dia que passa. Caí ontem, caí hoje, mas espero, sinceramente, não cair amanhã... Sei que estarás lá para me erguer. Sei que quando estiver perdida, tu vais emitir um sinal que me faça encontrar a saída do labirinto. Tu estás sempre lá, sempre. Por mais que te maltrate, por mais que te insulte, tu ficas sempre comigo. Eu sei que é por amor, mas serei eu merecedora de tanto?! Eu só te peço mais uma oportunidade. Só mais uma, no meio das imensas que já me deste. Só mais uma, por favor. Eu prometo que vou tentar. Eu vou tentar não ceder, mesmo quando as pernas me falham e quando já não tenho forças para mais. Vou continuar a chorar no refúgio mais escondido que encontrar. Vou ser capaz de esconder as lágrimas e sorrir para a vida. Vou conquistar-te de novo, dia após dia, vou conquistar o mundo, vou ser capaz de gritar bem alto que, desta vez, não falhei, nem vou voltar a falhar. Não posso falhar de novo, não tenho esse direito, mas eu sei que, se falhar, tu estarás lá novamente, como outrora estiveste.
Contigo sei que estarei sã e salva, contigo o meu coração deixa de doer e as angústias irão desaparecer. Contigo sou feliz e serei para todo o sempre.

sexta-feira, 28 de outubro de 2011

frases soltas.

penso, penso e volto a pensar.
bato com a cabeça na parede, em sentido figurado claro.
a minha sanidade esgota-se a cada momento.
rodopio em jeito de dançar.
falho sempre o ritmo da música. 
o compasso já acabou e ainda não consegui ler a primeira nota.
caio sobre a calçada gélida e sinto o escorrer da chuva grosseira.
arrasto-me pelas pedras disformes sem nunca chegar ao fim.
sou um conjunto de números e letras sem sentido.
as frases soltas que escrevo de nada valem face aos pensamentos reprovadores e aos olhares alheios.
um dia, talvez, conquiste o mundo, com um simples olhar. 

domingo, 23 de outubro de 2011

come back, please .

volta, por favor! soluço, sustenho a respiração, as lágrimas teimam em cair. dói-me a alma. tu pareces incapaz de perceber. não te exijo conhecimentos científicos abundantes, aliás, nunca precisaste deles para me entenderes. o meu olhar falava-te ao coração e dizia-te mais que eu própria. o meu vocabulário escasseia a cada conversa. teimas em não perceber. porra, Rafaela, já não consegues ter um discurso coerente?! serei eu, ou serás tu? serás tu que perdeste a capacidade de me compreender? serás tu que partiste para longe e levaste contigo tudo aquilo que me pertencia? volta e volta ao que eras. conquista-me todos os dias como conquistaste no primeiro dia. tenho vontade de te gritar bem alto, mas a voz falha-me constantemente. a coragem é sumida pela dor de alma que me assombra. volta. quando voltares, serei capaz, não de te gritar, mas de te sussurrar que te amo.